sexta-feira, 18 de março de 2011

Tapirosca, terra de laranjais


 Dos fatos ou porque em Itapira entornou o caldo de laranjas. 
                                                         
A Folha de São Paulo tem publicado, com estardalhaço, que o Ministério Público de Itapira, através dos promotores André Luiz Brandão que assina a denúncia e Adriano Andrade de Souza, que conduziu as investigações e mais a Polícia Civil local apuraram fatos ocorridos no final de 2003 quando Totonho Munhoz (PSDB) era prefeito. Os trabalhos investigatórios iniciaram-se em 2004 e estão protegidos por segredo de justiça.

O jornal Folha denuncia falcatruas acontecimentos que, resumidamente, transcrevo:

Eles têm como origem licitação para execução de obras - presumivelmente viciada - no valor de R$ 436 mil, em que a vencedora foi a empresa "Conservas de Laranja" Ltda.  De acordo com as reportagens da Folha, ela é de fachada. Tem como sócio a senhora Joleide Ramos Lima, pessoa bastante humilde; ela afirmou jamais ter estado em Itapira e Mogi Mirim e emprestou sua assinatura para atender pedido do administrador de fato da empresa, o advogado (mui) amigo José Cardoso, já falecido. Como sempre, a troco de nada, é de se presumir.  Também participou da licitação a Coenter que tinha como sócios a própria Joleide e seu marido, o pedreiro Valdemar, ops, Orlando. Dona Joleide, seu marido e três filhos moram na Vila Mimosa, periferia de Campinas/SP.

Conforme o Jornal Agora online, ambos negam qualquer participação na administração das empresas.

Nosso aparelho desconfiômetro acusa que  a marmelada tudo começou na simulação da concorrência.

Suspeita-se que a empresa não prestou serviço algum e que a gatunagem atingiu os valores desviados são da ordem de R$ 3,1 milhões. Mixarias!

Modus Operandi

As trapalhas  Foram emitidos muitos cheques sendo que 33 deles descontados diretamente no caixa dos bancos O então prefeito Totonho endossou 16.  Outros pelo superintende do SAAE à época, o impoluto Noé Massari.  Na checagem dos extratos bancários comprovou-se que cerca de R$ 2,7 milhões foram depositados nas contas pessoais dos envolvidos. Comenta-se que há mais “premiados pela fortuna” além dos apontados nas reportagens da Folha de SP.

Respeitando a absoluta transparência no trato da coisa pública e práticas contábeis das mais avançadas, era costume proceder-se saques em dinheiro "vivo", na boca do caixa dos bancos, dos valores devidos (?) à Conservias. Tudo para que os representantes da empresa laranjeira não se dessem ao trabalho de perder tempo em filas para depositar os cheques ou sacar o numerário, evitando-se dessa forma o risco de um bandidinho qualquer vir a assaltá-los.  Sugestão: se ainda puderem, os acusados devem apresentar tais justificativas para melhor comprovar a boa intenção com que agiram na época. Quem sabe se assim a Promotoria se convence de vez da lisura dos atos praticados? Não custa, né?

Pretensos beneficiários

Na checagem do numerário desviado, elaborada com todo cuidado para não ferir susceptibilidade, apurou-se ter Totonho Munhoz embolsado R$ 933 mil; a parte que coube de direito aos demais comensais: Sandro Nenhum Pio: R$ 324 mil, Ademir centro-avante Graciatto: R$ 123 mil e, pasme, até o “insuspeito” Noé Blog Massari é acusado de ter recebido R$ 188 mil. Mixórdias!  Sabe-se, por outras fontes, que há – pelo menos - mais três funcionários metidos na bandalheira envolvidos. É uma questão de tempo para serem noticiados, com o devido destaque e respeito que bem merecem, é lógico!

Considerações

A gente não quer cometer injustiças, porém a nossa cabecinha teima em matutar: Se apenas um único caso investigado - com profundidade - causa TANTA COMOÇÃO (apenas no ano de 2003 fez-se investigação de porte) o que aconteceria se a Promotoria Pública e demais órgãos de fiscalização tivessem realizado operação “pente fino” nos demais anos da gestão munhozmenta?

Quanta injustiça seria pratica se mais casos fossem esmiuçados durante o longo reinado governo do nosso dedicado político que tanto amor tem por sua gente, sua terra!?

Participação do Tribunal de Contas

Vale lembrar que a Promotoria de Itapira teve o cuidado de solicitar que técnicos da unidade de Campinas do Tribunal de Contas do Estado - TCE participassem também da análise da documentação, tendo eles concluído que os pagamentos à empresa tipo “laranja podre” foram irregulares e que cabia devolução do dinheiro aos cofres públicos. 

Entre os problemas apontados por eles estão assinaturas falsificadas, pagamentos de serviços a pessoas não contratadas, valores de cheques não correspondentes aos das notas fiscais e nenhum recibo assinado pelo representante legal da empresa.

Não obstante, o conselheiro do TCE Eduardo “Miopia” Bittencourt disse não ter visto "atos lesivos" nas licitações.  Muito justo!  Em fevereiro de 2008, o conselheiro do TCE Edgard “Doce” Camargo, em voto sucinto deu razão a Munhoz por ter "preenchido" as exigências legais. Justíssimo! É só me dar um cargo desses que, eu que sou mais bobo, também ajo do mesmo jeito!

Falando em justeza, Totonho diz-se perseguido “politicamente” pelos promotores públicos e que as investigações ainda (Ainda? Já se passaram 8 anos de engavetamento tal a quantidade de tarefas e serviço a cargo da Justiça local de modo a não dar tempo para completar as investigações) não se transformaram em respectivo processo. Assim que ele ficar pronto, ele vai detoná-lo com uma saraivada “foguetórica”! Na base do grito!

Defesa dos acusados

O deputado diz que, na época, a empresa cumpriu todas as exigências e que os depósitos feitos em suas contas bancárias são fruto de empréstimos e de sua atividade empresarial.  

Totonho usa como defesa contundente, além de apontar o desvario dos promotores, a magnífica votação obtida cá entre nós que foi mais de 28 mil votos!  Só essa alegação deverá impressionar os incautos quando sentar-se no banco dos réus. Se houver julgamento, né?

Os demais acusados usaram dos seus direitos constitucionais, ou seja: O SILÊNCIO!

Comenta-se nas rodinhas que um deles declarou em juízo desconhecer a origem de tais depósitos em sua conta corrente.  Santa ingenuidade! Será que imaginou tratar-se de presentinho de Papai Noel temporão?


Mas nós não devemos ser tão ingênuos assim, não é?  Se, por acaso, eu estivesse envolvido e fosse inocente, certamente, já no primeiro depoimento, clareava tudo. Rebateria energicamente todas as acusações. O agir contrário é evidência de implicação.

Só a laranja não ficou calada.  Dona Joleide, também envolvida, não teve pejo. Foi objetiva, contundente.    

Bloqueio de bens

Os poucos bens que constam da declaração do Imposto de Renda do deputado foram bloqueados pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.  Totonho recorreu ao Superior Tribunal de Justiça, mas a decisão foi mantida.

Desconheço se os demais envolvidos tiveram seus bens bloqueados pela Justiça.

A ação civil pública foi ajuizada em setembro de 2006 e corre em segredo de Justiça para proteger o sigilo bancário dos acusados. Não há previsão para a data do julgamento.

Totonho se defende na ALESP

Quando da sua recente posse na presidência da ALESP, disse de maneira clara, alta, destemida que TODOS sabem que ele é pessoa honesta!  Os 92 deputados "zubonelli" o aplaudiram entusiasticamente.

Que está sendo perseguido politicamente pelos "maus" promotores de Itapira.

Os "nobres" colegas também empossados assentiram em uníssino, menos dois evidentemente: os ousados deputados Carlos Giannazi (PSOL) e Major Olímpio (PDT) responsáveis pelos 2 votos contrários na eleição para a presidência da Casa e cujo placar foi de 92 X 2! Uns "desmancha-prazeres"! 

Citou ainda:
'A presunção de inocência é uma conquista da humanidade, desde o iluminismo e a Revolução Francesa e está escrito na Declaração Universal dos Direitos Humanos'.
'Administrei mais de R$ 50 bilhões nesses cargos e todas as minhas contas nesses cargos foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado e da União', disse.
E disse mais, cujo teor transcrevo: “que sua reeleição hoje para a presidência da Assembleia é uma 'homenagem' aos políticos que, segundo ele, são perseguidos pelo Ministério Público. 'Esta votação de hoje não é uma homenagem pessoal a mim, é uma homenagem a todos os que sofrem, os políticos honestos que labutam e que têm sido alvo da injusta atuação de promotores que denigrem o Ministério Público'”.

Quem são os verdadeiros culpados?
Por enquanto e assim de princípio, além dos promotores públicos, são aqueles maus profissionais que trabalham na Folha de São Paulo como Fernando de Barros e Silva, Mônica Bérgamo, Alessandro Shinoda, Sílvio Navarro, Flávio Ferreira, Daniel Roncaglia que ficam metendo o bedelho onde não foram chamados.
Pra encerrar


Tenho dúvidas se o caso prosperará.  Totonho tem muito boa “estrela” e “esperança” por dias melhores é que não lhe falta!

Acho que não “vale_ta” a pena crucifixá-lo antecipadamente! Só depois!

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